terça-feira, 15 de maio de 2012

O REGGAE DE PERNAMBUCO

Por Almir Gandhi O que faz uma cidade de quase dois milhões de habitante e se orgulhar do frevo e do maracatu, e possuir mais de 50 bandas de reggae, sim reggae, um ritmo que nasceu na Jamaica um país caribenho e já espalhado por todo o mundo, e aqui no Brasil algumas cidades até disputam o titulo de maior capital nacional deste ritmo. E fácil observar que hoje diferente de trinta anos atrás justamente quando morria seu maior mentor, o reggae antes restrito as camadas mais pobres da população assim como acontece na Jamaica, uma população pobre e boa parte de origem afro descendente assim como a nossa, uma musica chamada pejorativamente de som de maconheiro e hoje torna-se uma musica queridinha de parte dessa mesma elite que antes apedrejava. Ainda no final dos anos 70, uma banda local chamada Os Karetas, levava as paradas das rádios locais um sucesso intitulado “Vento Norte” que nos serve para ser o divisor das águas, do antes e depois. Naquele momento era o inusitado, uma banda que era conhecida como banda baile, sim, uma banda de baile nada mais que isso, e como outras daquela época tentavam gravar seu vinil, mas nenhuma que, mesmo gravando musica autoral ousou gravar um reggae com letras autorais. E mesmo sem cantar Bob Marley and Wailers, Piter Tosh entre outros. Desde então vem surgindo nomes nacionais e aqui em Recife não tem sido diferente, mesmo não alçando altos vôos vários nomes, nomes que em um dado momento começaram a se expressar por meio do reggae, dando cores e formas próprias. Mesmo com as dificuldades que existiam naquela época sem estúdios de ensaio e locais adequados como bares e eventos específicos para shows como eram os principais motivos de escassez de bandas e artistas, passou todos os anos 80 com a necessidade de espaços e a busca incessante de tê-los. Já no inicio dos anos 90 começam a surgir festivais abertos não competitivos que apresentam nomes locais muitos que, já faziam reggae no vácuo deixado ali no inicio do divisor das águas (Valdir Afonjá, Ívano, Paulo Gentil, entre outros.) com seus reggaes autorais surgem então neste período nomes como Marcelo Santana, Favela Reggae, Bantus, Brásafrica... Oxigenando o que acostumamos a chamar de cena local do reggae da cidade deixando claro que o interesse continuava a ser as músicas autorais com temáticas pertinentes ao reggae, falando de preconceito racial, social, étnico, de amor e o cotidiano de nossa cidade. Nesse tempo, temos também o boom da indústria fonográfica, as rádios fm’s populares proliferando-se por todos os lugares de nossa cidade o surgimento de rádios comunitárias e o interesse das grandes gravadoras por nomes que pudessem levar esse ritmo ao grande público, possíveis futuros consumidores deste agora gênero musical. Edson Gomes ultrapassava as fronteiras da Bahia e passa a ser uma aposta, se não conseguiu no sul e sudeste, no nordeste principalmente, seu nome consolidou-se. Esse discreto crescimento foi mais pelo acesso às novas tecnologias como CD, DVD, estúdios de ensaio com mais possibilidade de recursos ajudaram a esses artistas e grupos ao menos registrar em disco suas musicas. Nesse mesmo período nomes da MPB coloca em repertorio o ritmo jamaicano,o que Gilberto Gil fazia nos finais de 70. Pronto, agora todo mundo ouve reggae, aquele som dolente, de quatro tempos, com o contra baixo sempre em evidência, fácil, dançante e libertário. Hoje, em meio há tantas bandas e nomes poucos parecem originais, os nomes continuam sendo os mesmos de anos atrás e se, nossa cidade passou a ser a rota de grandes nomes nacionais e internacionais basta ver nesses últimos anos temos a visitas de Israel Vibrations, The Wailers, Steel Pulse, Alfha Blondy, Graudiation , Gladiations entre outros, os novos nomes nacionais como Adão Negro, Mato Seco, Ponto de Equilíbrio, Cidade Negra e por aí vai. A nossa cidade acorda influenciada, mas de maneira retrograda, atrasada. Surgem sim nomes e bandas novas e ao contrario dos de antes com características que se distanciam dessas antigas, nada de se expressar com o ritmo, compondo e cantando suas próprias musicas, mas apenas se aproveitando e se utilizando da fórmula apropriadas a eles, fazendo o que se acha o mais difícil, que é apenas copiá-los limitando-se a fazer covers. Se tivermos, mais de seis dezenas de bandas apenas uma dezena se compromete a cantar as próprias musicas inserindo em seu repertório apenas duas ou três de nomes internacionais. Enquanto que as demais se limitam apenas a imitar, esforçando-se em tocar o quanto mais próximo daquele som, daquela nota, a cada riff da guitarra e o que é pior; desafinando, cantando em um inglês Por vezes indecifrável (aquele velho embromation) fazendo acho eu, Bob Marley (que a maioria canta e toca) contorcer-se em seu túmulo.

terça-feira, 8 de maio de 2012

TERÇA NEGRA MAIO MÊS DE BOB MARLEY E DO PRÊTO VELHO DIA 01/05/12 HERCINHO RAS FELIPE AFOXÉ ARÁ ONIRAKAN TAZ MUREB (RJ) DIA 08/05/12 BANTUS REGGAE RIMOCRATA DIA 15/05/12 TAMBOR FALANTE E CONVIDADOS ORQUESTRA LUCAS DOS PRAZERES ÍVANO DIA 22/05/12 FILHOS DO SOL JAHSTAFARI MARACATU NAÇÃO ALMIRANTE DO FORTE DIA 29/05/12 BAQUE MULHER OJIRA AFOXÉ OMI SABÁ CAPIM SANTO